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A importância de cada profissional no tratamento do diabetes

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O diabetes mellitus ou tipo 2 é uma doença que atinge muitos idosos, comprometendo a funcionalidade em geral e afetando o desempenho das atividades cotidianas de forma autônoma e independente. Além das complicações mais tradicionais, pode gerar declínio cognitivo, comprometimento físico, quedas e fraturas, refletindo diretamente na qualidade de vida dos idosos.

Como o diabetes não tem cura, se torna extremamente necessário manter o foco no acompanhamento e tratamento dessa doença, buscando sempre o bem-estar do idoso.

Dessa forma, nossa equipe multidisciplinar está sempre de olho para contribuir da melhor maneira com os cuidados que a doença exige.

Resolvemos perguntar para algumas dos profissionais da equipe do Bem Estar nossas áreas qual o seu papel da sua área de atuação na prevenção e no tratamento da diabete nos idosos.

Veja abaixo as respostas, que confirmam a importância de um olhar e cuidado interdisciplinar no acompanhamento ao idoso.

Priscila Mansur Taublib (geriatra):

A diabetes é uma doença silenciosa e, portanto, é importante seguir um acompanhamento médico regular tanto na prevenção quanto após o diagnóstico da doença. O médico solicita os exames para acompanhar o teor de açúcar no sangue, os níveis hormonais e também os sinais de novos agravos e complicações, assim como realiza a prescrição dos medicamentos necessários para auxiliar no controle do avanço da doença. Além da glicemia, igualmente relevante, são o controle da pressão arterial e do colesterol. O médico tem um papel importante no engajamento do paciente com o tratamento. As informações corretas e claras ajudam o idoso a tomar as medicações de maneira correta e a realizar as mudanças no estilo de vida, que incluem dieta mais saudável e a prática de exercícios físicos.

Leticia Gomes (enfermeira):

O enfermeiro tem um papel chave no processo educativo da pessoa com diabetes, sempre em conjunto com a equipe multidisciplinar. São orientações sobre monitorização glicêmica e insulinoterapia, avaliação e cuidados com os pés e tratamento de lesões que se tornam necessários devido às alterações no processo de cicatrização e perda da sensibilidade dos nervos periféricos. Atua ainda na educação para o autocuidado e as práticas de vida mais saudáveis para prevenir as complicações da doença. No lar de idosos, a enfermagem monitora frequentemente a glicemia capilar, acompanha o esquema terapêutico (medicações, alimentação, autocuidado e atividades) e realiza as ações de enfermagem específicas em cada complicação, como cuidados para evitar ou tratar feridas. É papel da enfermagem promover ao máximo o autocuidado eficiente.

Fernanda Marques (nutricionista):

O papel do nutricionista é esclarecer as dúvidas e mitigar os mitos alimentares, por meio de estratégias de educação nutricional que favorecem práticas alimentares mais saudáveis. Quando necessário, ele lança mão de um planejamento dietoterápico que promova a manutenção do nível de açúcar no sangue dentro de taxas desejáveis. O ajuste do peso corporal – quando necessário – e contemple uma alimentação completa, saudável e ainda prazerosa, evitando ou minimizando as complicações decorrentes do diabetes.

Um exemplo bastante comum é a “carbofobia”, ou seja, o medo de consumir carboidratos. Por acreditar que este nutriente contribui para o aumento do açúcar no sangue, muitas pessoas evitam consumi-lo, quando na verdade eles são extremamente importantes para o funcionamento do organismo, auxiliam no controle do diabetes e das suas complicações e ainda promovem a saciedade.

Fabíola Kamenetz Bloch’as (psicóloga):

O diabetes pode causar medo, tristeza e insegurança. Estes sentimentos são comuns em alguns transtornos de humor, como ansiedade e depressão. Como psicóloga, ao identificar uma mudança ou piora do humor do idoso, converso com outros profissionais que o acompanham, o que oferece um panorama mais preciso e, consequentemente, a possibilidade de fornecer a ele o atendimento necessário e em tempo hábil. Acompanho os idosos diabéticos oferecendo-lhes escuta terapêutica, suporte psicoemocional, e também trabalho a preservação de suas habilidades cognitivas. Estas ferramentas auxiliam no engajamento perante o tratamento.

Liziene de Souza Arruda (farmacêutica):

O farmacêutico clínico é responsável por orientar o idoso sobre o uso correto do antidiabético, seja por via oral ou subcutânea.

A orientação garante ao idoso o uso correto e seguro do medicamento, bem como reduz os possíveis efeitos colaterais.

Para isso, o idoso e/ou seu cuidador deve(m) ser orientado(s) pelo farmacêutico com algumas informações acerca do horário – tomar antes ou depois das refeições -, para que serve o medicamento, como usar o glicosímetro, como aplicar a insulina via subcutânea, como conservar os medicamentos e quais os possíveis efeitos colaterais.

Nortear o idoso sobre o uso correto do antidiabético prescrito é contribuir para o seu autoconhecimento a fim de conviver bem com o diabetes.