Por: Dr. Davis Taublib
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 55 milhões de pacientes são portadores de demência no mundo. 60% dos casos estão em desenvolvimento e, a cada ano, mais 10 milhões de casos são diagnosticados.
É a sétima causa de morte na terceira idade no mundo.
O tema vai muito além da medicina. O impacto na sociedade é enorme e a doença deve ser vista de forma integrada na matriz biopsicossocial.
O biológico engloba as ciências médicas, o enfoque no estudo da doença, sua fisiopatologia, seu diagnóstico e tratamento. Também engloba as especialidades não médicas que são fundamentais no acompanhamento dos pacientes: cuidados de enfermagem, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, farmacologia.
O psicológico é multidimensional, o impacto da doença no paciente, na família, nos diversos profissionais que cuidam de pacientes demenciados.
O social é tanto mais complexo quanto mais carente, é a sociedade no qual o indivíduo com a doença está inserido.
Leis e políticas novas devem ser criadas visando criar ferramentas necessárias para que a sociedade possa lidar com essa nova realidade: mais pessoas envelhecem, mais pessoas demenciam, mais pessoas se tornam dependentes de terceiros.
O Brasil já possui o Estatuto do Idoso, mas o país carece de uma melhor definição estratégica para enfrentar a doença e seu impacto na sociedade.
Segundo o Observatório Global da Saúde, da OMS, o Brasil não possui um fundo para um plano nacional de saúde para demência, não possui um plano nacional para a doença e não tem definido um plano de objetivos a serem monitorados.
A corrida pela cura e tratamento da doença ganha, vez por outra, as manchetes do noticiário, mas não menos importante são outras ações voltadas para a melhor abordagem da doença e cito:
- Suporte aos cuidadores;
- Redução do risco de demência;
- Esclarecimento da sociedade, família e cuidadores para uma abordagem mais amigável aos pacientes;
- Tornar a doença uma das prioridades de saúde pública;
- Padronização de terapêuticas em um país com carência de recursos.
Dia 21 de setembro é o Dia Internacional da Doença de Alzheimer, principal causa de demência. Ficamos com a esperança não só da descoberta de um tratamento e cura, mas uma forte convicção que é necessário uma melhor estruturação da sociedade e dos serviços de saúde para a melhoria contínua dos cuidados desses pacientes. Como costumo dizer: nem tudo que o paciente precisa, vende na farmácia!